Resenha: 18 Anos de Solidão, Ricardo Tagliaferro

Uma morte, um mistério, uma saudade. 18 anos de solidão dá continuidade a “100 cartas de uma saudade” e conta a vida de Manoella depois que Lincoln se foi, explica os atos que a induziram a cometer o maior erro de sua vida e nos mostra uma mistura de medo, solidão e egoísmo que transformou a vida de duas pessoas.
Título: 18 Anos de Solidão
Autor: Ricardo Tagliaferro
Tamanho: 143 páginas
Editora: Louisiana

É impossível ler 18 Anos de Solidão sem ficar irritado. Manoella é tão egoísta e tão cheia de autopiedade que dá nojo. Culpa os outros por terem feito coisas que ela mesmo fez, mas... Acho que todos temos um pouco de Manoella dentro de nós, não é mesmo?
Ela fica lamentando-se pelos anos que está sem seu "amor", não que eu realmente ache que ela sentia tudo isso por ele, e com tudo o que acontece ao seu redor. É sim muito parecido com o primeiro, porém completamente diferente do sentimento puro que Lincoln sentia. Ele morreu de amor, ela morrerá de culpa e rancor. E na minha opinião, merece mesmo!
"Não pense que o amor é como um roteiro de filme, que já está tudo pronto com falas ensaiadas e um final já esperado"
De qualquer forma, todo o ódio que sinto por essa mulher desde o primeiro livro prevalece e, pelo contrário do que achei, aumenta cada vez mais.
A escrita do Ricardo como sempre está impecável, como gaúcha de nascença posso dizer que descreveu a minha terra melhor que eu mesma descreveria; mencionando todas as mateadas e o costume que temos de tomar pela manhã, tarde, quando precisarmos conversar, enfim... Sempre que quisermos!
Até mesmo as nossas gírias ele usou! Achei isso super legal, mesmo que não faça realmente parte do vocabulário do pessoal da cidade, quem mora mais para o interior realmente têm esses costumes.
"Ele tinha as palavras certas para a hora certa"
Quando Manoella começou a seguir em frente, confesso que fiquei com um pouco de receio. Não sei se realmente quero que ela continue com sua vida feliz e desfrutando de coisas que ela impediu Lincoln de ver e sentir.
Eu sei que Lincoln queria que ela seguisse em frente, conquistasse todos os seus sonhos e desejos e realizasse tudo o que quisesse. Mas eu não consigo perdoá-la por ter sido tão egoísta.
E mesmo tendo admitido que talvez todos nós tenhamos uma Manoella dentro de nós mesmos, ainda não a aceito e não a perdoo assim como não perdoaria a mim mesma. 
"O amor tem dessas coisas, as vezes o eterno é na verdade um único momento que ficará para sempre na memória"
O que mais me irritou foi o motivo. O motivo de abrir mão de uma vida inteira ao lado de alguém que a ama incondicionalmente e que ficaria ao seu lado em qualquer circunstância. Arruinar duas vidas sem pensar e de forma tão infantil que eu jamais imaginaria alguém ser capaz.
Agora estou chorando, porque esse livro sem sombra de dúvidas foi pior que o primeiro, e porque o final me deixou surpresa também. Eu já desconfiava do motivo quando estava lendo o primeiro livro, mas não esperava que Ricardo fosse escrever o final dessa forma. Não mesmo!
"O amor dos dois foi feito para existir, não para acontecer"
E Manoella, para o meu desgosto, apesar de ter deixado o livro muito mais dramático e triste, conseguiu ser covarde e egoísta mais uma vez.
Me surpreendeu muito e eu não consigo parar de chorar. Não por ela, não por ele, nem pelo segundo amor da vida dela. Mas pelo que todos poderiam ter vivido e aproveitado esse mundo se, pelo menos, não tivessem medo. Medo de amar e ser amado.
Meus amores, meus leitores... Não tenham medo de amar. Amem intensamente. Vivam intensamente. Sofrer faz parte, mas não arrisquem, de forma alguma, perder o amor da vida de vocês por causa de um motivo banal ou simples medo de tentar.
Amem.
"[...] São o maior exemplo do que o amor pode causar de bom e ruim na vida de duas pessoas"
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