Nome: Às Sete da Noite

Autor: Shieda Kali

Editora: Independente 

Páginas: 442

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Sinopse: Apesar de serem completamente diferentes, Marcos e Levi têm uma coisa em comum: não estão nem um pouco interessados em um relacionamento.

Marcos é guitarrista e está começando a chamar certa atenção, mas é muito inseguro. Abalado com o fim de um relacionamento abusivo que minou seu amor próprio, suas certezas e seus sonhos, acabou seguindo os conselhos dos pais e prestando vestibular para engenharia, deixando de lado sua verdadeira paixão: a música.

Levi está planejando se mudar para Berlim no próximo ano para se especializar naquilo que mais ama e finalmente deixar o passado para trás. É tatuador e um artista muito talentoso, mas tem medo de perder as pessoas que ama, como aconteceu em toda a sua vida. Determinado, teimoso e irritadiço, prefere relações casuais e se orgulha de nunca se apaixonar. Ou quase nunca.

Se de um lado Marcos cresceu em um ambiente que sufocava todas as suas tentativas de andar com as próprias pernas, do outro, Levi foi abandonado muito cedo e obrigado a crescer rápido demais. Os dois estão determinados a apenas se divertir, mas quando se tornam vizinhos e começam a passar cada vez mais tempo juntos, a conexão que existe entre eles passa a ser difícil de ignorar.

Marcos quer conquistar o mundo e Levi, reconstruir o seu. Nessa história com muita música, arte e um toque de drama, eles serão forçados a olhar para dentro e questionar seus próprios objetivos. Juntos, vão perceber que arrancar o band-aid pode ser uma chance de recomeçar.

Resenha

Gente, essa história... É uma delicinha. E não se deixe enganar pela sinopse fofinha ou pela capa: Às Sete da Noite é cru, honesto e cheio de emoção. Shieda Kali entregou tudo com essa história que mistura sensibilidade, desejo, insegurança e a beleza dos recomeços.

A escrita de Shieda é uma delícia. Leve, fluida, gostosa de acompanhar, daqueles livros que tu começa e nem percebe as horas passando. Sem contar que é bem trabalhada: nada de errinhos que tiram a imersão, sabe? Dá pra ver o capricho.

Marcos e Levi são o tipo de personagens que parecem gente de verdade. Não são perfeitos, e é justamente aí que mora a mágica. Eles têm medos, traumas, dúvidas sobre o futuro e sobre si mesmos, e essa construção realista me fez ficar completamente imersa na jornada deles.

A narrativa é madura sem ser chata, sensual, e traz um slow burn delicioso, daquele que vai cozinhando os sentimentos aos poucos, até explodir em cenas hot que, por Deus... QUE CENAS! Shieda escreve com tanta sensibilidade e intensidade que tu sente tudo. O desejo, o nervosismo, o carinho, a confusão. E são várias cenas (obrigada, inclusive!!), todas muito bem escritas, com química e respeito.

A relação entre os dois cresce de forma super orgânica. A amizade, o cuidado, os embates... Tudo é coerente e nada apressado. A história é sobre amor, mas também sobre amadurecimento, sobre reconstruir a si mesmo, sobre olhar pro próprio passado e, principalmente, sobre ter coragem de viver algo novo.

Se eu tenho uma crítica? Sim. Eu sou doida por finais trágicos (me julguem), então fiquei querendo um pouquinho mais de drama ali no desfecho... Mas isso é coisa minha, tá? Porque o final faz sentido e é coerente com o tom da história.

Amei demais.