Nome: Minha Versão de Você

 Autor: Christina Lauren

 Editora: Hoo Editora

 Páginas: 336

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 Sinopse: Há três anos a família de Tanner Scott se mudou da Califórnia para Utah, fazendo com que sua bissexualidade voltasse para o armário. Agora, com apenas mais um semestre até o fim das aulas no colegial e seu tão sonhado futuro em uma universidade longe da família, ele só deseja que o tempo passe mais depressa.

Quando Autumn, sua melhor amiga, se inscreve na aula de escrita e o desafia a participar, Tanner não consegue recusar o convite, afinal de contas, quatro meses é tempo mais do que suficiente para escrever um livro, certo? o garoto está mais certo do que imagina, pois leva apenas um segundo para que ele note Sebastian Brother, o prodígio mórmon que, nas aulas de escrita do ano anterior, escreveu e publicou o próprio livro, e agora orienta a turma. Se quatro meses é muito tempo, um mês pode não ser. E é exatamente esse tempo que leva para Tanner se apaixonar por Sebastian.

Mais uma vez assinando como Christina Lauren, Christina Hobbs e Lauren Billings (The House) abordam religião, identidade e sexualidade, entrelaçando perfeitamente as aulas de escrita de Tanner, sua paixão por Sebastian e os problemas surgidos quando os sentimentos de Sebastian entram em conflito com o que a igreja espera dele.

Resenha

A história de Tanner e Sebastian é muito linda. Eu acho que isso resumiria bem o livro, se eu tivesse que explicá-lo em apenas uma frase. É sobre autoconhecimento, intolerância religiosa e empatia. São assuntos fortes, mas abordados de uma forma muito suave na narrativa.

Foi um livro que mexeu bastante comigo, principalmente por causa de Tanner. Eu não tinha lido outras histórias com protagonismo bissexual, nem que tivessem um posicionamento tão certeiro, tão idêntico ao que eu sinto dentro de mim. Acho que é correto dizer que me senti aceita. Me senti verdadeira. Não-maluca.

Tanto que, vale comentar, eu chorei com esse tipo de cena. Não chorei com o final, com as intrigas e reviravoltas, nem com os momentos tristes que provavelmente foram escritos com essa finalidade. Não, eu chorei vendo o personagem principal bater no peito e dizer que ele tem direito de amar quem ele quiser. É, me senti bem boiolinha. Eu amei.

Ver Tanner ter e defender opiniões que eu vinha tendo desde novinha fez eu me sentir tão bem com a minha sexualidade como há muito tempo eu não me sentia.

Então, também acho correto indicar que, se você é bi, leia este livro.

Queria falar um pouco sobre o fanatismo religioso apresentado na narrativa. Não é tão militante quanto achei que seria, pelo contrário - assim como outros assuntos que também estão inclusos na história, as autoras conseguem abordar a religião de uma forma leve e te conduzir através dos sentimentos dos personagens de um modo que você não se sente dentro de uma manifestação.

É possível perceber que elas pesquisaram muito para fazer a história, tanto sobre a religião quanto sobre sexualidade de uma forma geral, e eu admiro muito isso. Sei que a maioria dos autores faz pesquisas para desenvolver suas histórias e que isso é fundamental para o desenvolvimento coerente da narrativa, mas nem todos fazem, é trabalhoso e é cansativo; então eu as admiro. Bastante.

Eu sinto que Tanner poderia muito bem ser um cara que conheci numa parada de ônibus em um dia chuvoso. O ônibus atrasou, começamos a conversar e ele me contou a história de como conheceu o amor de sua vida, Sebastian. Minha Versão de Você é coerente e real a este ponto.

Outro ponto que acho importante reforçar, principalmente em histórias queer, onde temos a mania de aprofundar o drama da narrativa, que a história de Tanner tem um final feliz. Talvez não a que você espera, mas só lendo para descobrir.

Se você não tem o menor interesse em narrativas LGBTQ+, não leia este livro. O tom de voz dele não te tocará e você não conseguirá sentir essa história como deveria. Provavelmente também não vai gostar dela.

Agora, se você gosta do estilo ou faz parte do mundo queer de alguma forma, bem... Aproveite!