Resenha: Como Falar com um Viúvo, Jonathan Tropper


Doug Parker não foi um aluno brilhante, não conseguiu entrar para nenhuma universidade de prestígio e era demitido dos empregos de redator com relativa frequência. Enfim, não levava nada muito a sério até conhecer Hailey, bonita, inteligente e cerca de 10 anos mais velha que ele.
Quando os dois se casam, Doug deixa para trás a descompromissada vida de solteiro e se dedica a esse amor, acreditando finalmente ter encontrado seu rumo. Mas, dois anos depois, Hailey morre em um acidente de avião e tudo perde o sentido.
Tentando lidar com o luto, Doug passa a escrever uma coluna chamada "Como falar com um viúvo", em que desabafa sua dor, relata a dificuldade de expressar seus sentimentos e se lembra da esposa de maneira sincera e cativante. A coluna se torna um grande sucesso - algo com que ele sempre sonhou - só que, infelizmente, no momento errado.
Em meio a seu drama, Doug se vê às voltas com o enteado rebelde e a irmã gêmea que se mudou para sua casa decidida a fazê-lo voltar a se relacionar com outras mulheres. E então nada mais é como antes: sua vida passa a se desenrolar em uma divertida sucessão de encontros desventurados e insólitas confusões familiares.
Entre tropeços, atropelos e as mais loucas situações, Doug começa a tocar sua vida, ainda que não saiba muito bem para onde. Afinal, muitas vezes o melhor a fazer é seguir em frente.
Título: Como Falar com um Viúvo
Autor: Jonathan Tropper
Tamanho: 272 páginas
Editora: Intrínseca

Oii gente tudo bom?
O título do livro pode ser estranho e fazer com que a história aparente ser dramática e tensa, mas é bem ao contrário. Claro que a personagem principal trata-se de um viúvo, no entanto, a intenção do autor não é fazer o leitor sentar em um canto escuro e chorar enquanto lê, e sim diverti-lo enquanto o personagem sofre em suas indecisões e vida complicada, em uma busca desenfreada por uma vida 'nova'.
"Sei que você se orgulha de ser um imbecil, mas não pode estar falando sério quando diz que a morte da minha mulher foi a melhor coisa que me aconteceu. Nem você, por mais abominável e egoísta que seja, pode ser tão insensível e obtuso."
Estamos falando de uma obra muito bem escrita e apresentada, com personagens e trama fantásticas, a cada página uma nova surpresa. Mas vamos falar sobre a história em si:
Doug Parker perdeu a mulher há um ano, e sua irmã (apesar dos seus próprios problemas, um casamento fracassado e estar grávida) decide ajudá-lo a conseguir uma nova namorada e seguir em frente com a vida, acreditando ela que 1 ano é definitivamente o máximo que alguém deve ficar de luto. Encontros desagradáveis e intrigas envolvendo traições e atos impensados preenchem as folhas desse livro e não te deixam parar para respirar.
"A piedade, aprendi, é como um peido. Toleramos o nosso, mas simplesmente não dá para aguentar o de mais ninguém."
Doug ainda sente muita falta da mulher, assim como seu enteado, que é um adolescente e por esse fato acaba se metendo em muitas confusões que terminam sempre na psicóloga da escola, que por acaso é uma mulher muito nova (que também tem seus problemas) e que chama seu padrasto - Doug - para conversar (pois a conversa com o pai biológico do menino não havia ajudado muito).
Parker então vai bater papo com a psicóloga e após algumas páginas temos o adolescente rebelde morando com o viúvo. Há muita conexão entre os dois, visto que sentem "a mesma dor" e conseguem entender-se muito melhor que a relação do jovem com o pai biológico (que aprontou algumas para a mãe e ex-mulher que morreu e também pensa no garoto como um fardo em sua nova família (mas que logo sofrerá as consequências, e elas serão tão lindas quanto um mar de rosas)).
"- Você está bem?
- Só estou um pouco mais apaixonado do que pensava."
Um romance deformado começa entre a psicóloga da escola e Doug, enquanto acontecem outras cenas praticamente inexplicáveis, que chegam a ser hilárias tamanha a falta de sorte das personagens. É uma leitura muito tranquila e gostosa, que termina tão rápido quanto chega e deixa um gostinho de quero mais. Ele foi publicado aqui pela Editora Sextante.


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