Resenha: Depois de Você, Jojo Moyes
Quando uma história termina, outra tem que começar.
Com mais de 5 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, Como eu era antes de você conta a história do relacionamento entre Will Traynor e Louisa Clark, cujo fim trágico deixou de coração apertado os milhares de fãs da autora Jojo Moyes.
Em Depois de você, Lou ainda não superou a perda de Will. Morando em um flat em Londres, ela trabalha como garçonete em um pub no aeroporto. Certo dia, após beber muito, Lou cai do terraço. O terrível acidente a obriga voltar para a casa de sua família, mas também a permite conhecer Sam Fielding, um paramédico cujo trabalho é lidar com a vida e a morte, a única pessoa que parece capaz de compreendê-la.
Ao se recuperar, Lou sabe que precisa dar uma guinada na própria história e acaba entrando para um grupo de terapia de luto. Os membros compartilham sabedoria, risadas, frustrações e biscoitos horrorosos, além de a incentivarem a investir em Sam. Tudo parece começar a se encaixar, quando alguém do passado de Will surge e atrapalha os planos de Lou, levando-a a um futuro totalmente diferente.
Sobre a autora Jojo Moyes:
Jojo Moyes nasceu em 1969 e cresceu em Londres. Trabalhou como jornalista por dez anos, nove deles no jornal The Independent, de onde saiu em 2002 para se dedicar integralmente à carreira de escritora.
É autora de mais de dez livros, entre eles A última carta de amor, Como eu era antes de você, A garota que você deixou para trás e Um mais um e Baía da Esperança, publicados pela Intrínseca. Como eu era antes de você, seu romance de maior sucesso, vendeu mais de oito milhões de exemplares em todo o mundo, ocupou o topo da lista de mais vendidos em nove países e foi adaptado para o cinema com Sam Claflin (Jogos vorazes) e Emilia Clarke (Game of Thrones).
Uma das poucas escritoras no mundo a ter emplacado três livros ao mesmo tempo na lista de mais vendidos do The New York Times, Jojo mora em Essex com o marido e os três filhos.
Resenha do livro Depois de Você:
Toda essa ideia de que Lou finalmente seguiria em frente e ficaria com alguém que “entendesse” o que ela estava passando me deixou sem vontade nenhuma para ler o livro. Porém, depois de assistir ao filme, eu meio que mudei de ideia a respeito dessa decisão; eu queria saber o que aconteceu realmente com a Lou depois que Will se foi.
Confesso que o livro não foi muito melodramático nessa questão; ele basicamente contou que Lou sofreu e continuava vendo Will em todos os cantos do seu dia a dia e que não tinha conseguido seguir em frente como lhe prometeu que faria, mas que, por outro lado, não seria por falta de tentativas.
Creio que o trecho abaixo descreve completamente o que Lou estava sentindo e seus motivos por temer o contato e afinidade com outras pessoas.
“- Não tenho certeza se algum dia a gente supera. […] Já pensei muito sobre isso. Aprendemos a conviver com a perda, com as pessoas que nos deixam. Porque elas permanecem conosco, mesmo não estando vivas, mesmo não respirando mais. Não é a mesma dor avassaladora que sentimos no começo, aquela que nos invade e dá vontade de chorar nos lugares errados, que nos deixa irracionalmente irritados com todos os idiotas que ainda continuam vivos, enquanto quem amamos está morto. Mas aprendemos a nos adaptar. É como se acostumar com um buraco dentro de nós. Sei lá… É como se virássemos um donut quando queríamos virar um pão.”
Um spoiler positivo para quem não sabe se lê ou não…
Porém o que realmente te faz querer ler o livro não é Lou e seu novo romance. Não me odeiem, mas eu preciso soltar um spoiler que definitivamente fará – se você ainda não ter certeza – com que você leia este livro.
Spoiler: Will deixou para trás uma filha adolescente.
No começo do livro, quando o relacionamento de Lou e Sam (um paramédico) ainda está incrivelmente monótono e se formando, quando o leitor ainda não tem afinidade com os dois, essa nova integrante surge, te fazendo querer devorar o livro apenas para saber o que aconteceu com ela.
E quando você acha que nada mais pode acontecer de errado… Puff! Acontece. Jojo dá um jeito de te surpreender de uma maneira que você não imaginava. Essa história também é cheia de pessoas desagradáveis e que te dá vontade de massacrar e estraçalhar (não se preocupe, Lou fará isso por você – mesmo eu achando que mereciam pior).
Após um tempo, você acaba começando a gostar de Sam e Lou juntos, e a ficar nervosa com os fatos que os envolvem e os problemas que criam.
O feminismo nas páginas de Depois de Você
Outra questão que me deixou bastante satisfeita e impressionada, foi o fato de Jojo mencionar e desfrutar tanto do feminismo dentro deste livro.
É um assunto em alta no mundo inteiro, e ela colocou algumas das questões mais bestas no livro de uma forma tão delicada que é como se fosse realmente uma família normal onde uma mãe simplesmente não gostaria de fazer um bolo para o aniversário do pai dela, e, ao invés disso, compra um bolo pronto com velhinhas (Eu particularmente nunca tive um bolo feito em casa no meu aniversário, é algo desnecessário na minha opinião).
Não estou aqui para falar de feminismo, porém são detalhes na história da Lou que fazem o leitor seguir em frente para descobrir o que será dessa família “complicada”. Aqueles pequenos detalhes que não deixam a história ficar monótona.
É um assunto em alta no mundo inteiro, e ela colocou algumas das questões mais bestas no livro de uma forma tão delicada que é como se fosse realmente uma família normal onde uma mãe simplesmente não gostaria de fazer um bolo para o aniversário do pai dela, e, ao invés disso, compra um bolo pronto com velhinhas (Eu particularmente nunca tive um bolo feito em casa no meu aniversário, é algo desnecessário na minha opinião).
Não estou aqui para falar de feminismo, porém são detalhes na história da Lou que fazem o leitor seguir em frente para descobrir o que será dessa família “complicada”. Aqueles pequenos detalhes que não deixam a história ficar monótona.
“- Sabe de que tamanho estão os pelos das narinas dele, Louisa? Pois eu conto! Dá para enxugar o prato com eles! Nos últimos quinze anos, era sempre eu quem pedia para o barbeiro dar uma aparada ali, sabe? Como se ele fosse uma criança. Eu me importo? Não! Porque ele é assim. É um ser humano! Com pelo no nariz e tudo!! Mas se me atrevo a não ficar tão lisinha quanto o bum-bum de um bebê, ele age como se eu tivesse me transformado no Chewbacca!”
No entanto, me sinto como se estivesse traindo Will durante toda a história. É tudo muito estranho. Sinto mais culpa por Lou estar com outro homem que ela mesma. Claro que ela devia ter seguido em frente, não é isso que digo; mas bem lá no fundo, sinto como se nada fosse completo sem Will.
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