Geléia de erva mate, quindim de café e os doces mais gostosos do mundo na Fenadoce em Pelotas

 

O domingo pós-Fenadoce amanheceu doce e chuvoso. Eu ainda estou comendo o que restou dos quitutes que compramos para a viagem de 4 horas e meia até Pelotas (com algumas paradas para banheiro). Foi uma viagem tranquila, com ruas bem asfaltadas, apesar dos desvios (que são por um bom motivo: estão aumentando a rodovia).

Comi doces e geléias de sabores que achei que sequer existiam, muito menos que eu teria a oportunidade de provar. E fiz questão de provar cada um deles!

Foi uma viagem muito agradável e com companhias maravilhosas. Fomos cantando, rindo e contando histórias o caminho inteiro. Claro que haviamos quitutes também - muito pão de queijo foi consumido. Energético também, para garantir que a motorista aqui não ficasse com sono.

Pagamos dois pedágios de R$ 19,60 cada um na ida, e mais dois na volta à Campo Bom. Estão fazendo uma grande construção para aumentar a estrada, o que fez eu sentir que o valor pago estava realmente indo para algum lugar.

As primeiras impressões é que o trânsito é um pouco diferente. A conversão à esquerda não se faz pela faixa da direita, como ocorre em outros locais e em rotatórias. Isso me deixou um pouco aflita para dirigir na cidade, fácil demais para levar uma multa por andar na contramão. As ruas e a cidade me lembraram bastante Porto Alegre, com prédios antigos e pichados.

Outra primeira impressão foram as floriculturas. Só de onde estacionamos, eu conseguia ver quatro delas! Isso me deixou muito feliz, porque gosto de plantinhas e porque queria ter a chance de olhá-las de perto.

Assim que chegamos, estacionamos perto de uma feirinha no centro da cidade, mas tivemos que ir embora porque não conseguimos descobrir como usar o parquímetro. Acredite ou não, era muito difícil usá-lo. Não aceitava cartão, apenas moedas ou pix, e os QRCodes para os aplicativos e pagamento estavam estranhos. No fim, conversamos com uma senhora e um outro senhor que passava, e parece que a raiva do parquímetro é meio geral. Tivemos que ir embora dali sem ver as plantinhas, com medo da multa por estacionar em zona azul sem ter pago.

 
Vale mencionar aqui que o valor do parquímetro não é um roubo como já vi em Gramado, São Leopoldo ou Porto Alegre - eram apenas dois reais por uma hora e pouco.

Com a senhora, muito simpática, descobrimos que a praia do Laranjal estava aberta para visitação. Estávamos com medo de ir até lá depois da enchente e encontrar tudo destruído. Com a confirmação, seguimos em direção à praia, que levou alguns minutos saindo do centro de Pelotas.

Realmente havia uma ponte que invadia a lagoa, destruída. Mas o restante estava reformado ou em reforma - de qualquer jeito, um lugar agradável onde as pessoas iam para tomar chimarrão, passear com o cachorro ou fazer atividade física. Nem sinal do cheiro da água da enchente, que sentimos naqueles dias de desespero.

  

Cogitamos comer por ali, mas preferimos voltar o caminho em direção ao centro e passar no shopping de Pelotas, que estava bastante movimentado. O shopping deixou ótimas impressões - uma livraria gigantesca, uma praça de alimentação com várias opções - inclusive pizza ao meio dia -, banheiros limpos com ganchinhos para pendurar a bolsa dentro da cabine, e atendentes muito, mas muito solícitos.

Logo na entrada, vimos uma máquina automática de fazer algodão doce chamada Nuvemzinha. Eu queria trazer aqui, mas o meu algodão doce chamado arco-íris acabou saindo inteirinho rosa e branco, bastante diferente do que a máquina havia demonstrado na imagem ao comprar, o que me deixou muito frustrada. Devia estar sem corante ou algo do tipo. Bem, o algodão doce custou 12 reais e não havia atendente nenhum, apenas a máquina mesmo.

Acabamos optando por comer no Giraffas do shopping, e a atendente que nos atendeu foi uma querida. Nos atrapalhamos muito para fazer o pedido, e ela dava risada junto com a gente, parecendo se divertir. Acho que, na verdade, as pessoas só não eram estressadas. Talvez estejamos acostumados demais com o estresse que, quando vemos pessoas felizes, estranhamos?

Possível. Mas podemos contar nos dedos as pessoas que vimos que não foram assim: simpáticas, disponíveis, sorridentes. Um lugar muito agradável de se visitar, de fato. Nossos quatro combos de hamburguer no Giraffas custaram 138 reais e alguns centavos.

Depois do almoço, foi o momento de seguir para a Fenadoce, que era o nosso destino original e o motivo que nos levou até Pelotas. Neste ano, os ingressos estavam custando R$ 20,90 e mais R$ 16,90 de estacionamento. Havia meia entrada para estudantes, idosos, pessoas com deficiência e acompanhantes, etc.

Eu até acabei comprando um ingresso para estudante, mas vimos no dia que minha carteirinha estava vencida e não pude usar. Tive que comprar outro, mas comprei pelo site mesmo - a fila para comprar ingresso na bilheteria estava imensa! Enquanto a fila de entrada para quem comprou pela internet sequer existia. Se você puder comprar pela internet, o faça!

  

Logo que entramos na feira, nos deparamos com um parque de diversões. Com direito a carrossel, roda gigante e outros brinquedos. Crianças gritavam, pessoas riam, haviam pessoas de todos os lugares, inclusive estrangeiros visitando o evento.

Mais adiante, nos pavilhões, uma feira agropecuária com tendas de mel artesanal, linguiças, cachaças, licores e uma tenda especial com geléias de sabores absurdos! Mas absurdos de um jeito muito, muito bom. Havia geléia de cerveja e de caipirinha de limão, por exemplo, que achei muito gostosas porém com um sabor forte de álcool (apesar de não haver, pois a geleia quando feita é fervida) e não soube com o quê eu misturaria caso comprasse.

Também havia geléia de pinhão (que esqueci de provar), de vinho branco (que eu trouxe pra casa porque era boa demais da conta), de cebola com vinho (que eu tive que levar para o meu pai pois deve ficar esplêndida com carnes), e de erva mate, que comprei por não acreditar que poderia ser tão boa (e minha sogra, uma apaixonada por chimarrão, com certeza iria gostar!).

Fora outros sabores inusitados como bergamota, pêssego com vinho, açaí com morango... E outros mais comuns também, como morango, abacaxi, etc. Seguindo pelo pavilhão entramos no acesso à Fenadoce de fato, com as tendas das lojas e fábricas de doces espalhadas ao redor e no centro do lugar. Todas pareciam meio temáticas, como as construções antigas de Pelotas que vimos no centro.

Lá vimos os doces mais supreendentes: brigadeiro de bergamota (com recheio de doce de bergamota) e de açaí (com ninho e nutella! hummmm...), quindim de leite condensado, de café, de açaí, de morango, com nozes, com ameixas... Catei logo um quindim de cada sabor, mesmo que estivessem em tendas diferentes, pois seu que Marco ama quindins. Não apenas ele, mas minha tia e meu pai também adoram.

A maior parte dos doces custava R$ 6,50 (um valor padronizado para as bancas) e, junto ao ingresso, você ganhava um doce de brinde. Poderia levá-los para casa em embalagens oferecidas pelas bancas, ou comê-los no local mesmo. 

Conseguimos provar outros doces como trouxinhas de nozes, doce de pistache, bombons dos mais variados sabores... É impossível listar tudo o que vimos apenas de lembrança. Era uma infinidade de possibilidades e sabores surpreendentes. Vale a pena dar uma passada em cada banca, para ver o que cada uma tinha a oferecer de diferente!

Havia também um local com demonstração dos alunos de gastronomia da UFPel, outro local onde duas cozinheiras faziam doces em tempo real e você poderia ficar assistindo se quisesse, música ao vivo e tendas de empresas participantes (como os bombeiros, a polícia, a SBT e outras empresas!).

Ah, um aviso: não há banheiros adaptados. Presenciamos uma situação constrangedora e absurda em pleno 2024. Uma mulher adulta que faz uso da cadeira de rodas teve que ir ao banheiro com a porta da cabine aberta, porque simplesmente não havia banheiros adaptados. Uma melhoria imprescindível pro evento!!

  

 

Ficamos lá por volta de três horas e voltamos para pegar a estrada pouco depois das 16 horas da tarde. Conseguimos ver todas as banquinhas e comprar vários docinhos para levar pra casa. Saímos da Fenadoce com sensação de objetivo cumprido e satisfeitas com nossas compras e com as delícias que provamos.

Durante a volta, eu estava com um episódio de dor de barriga após a comilança do dia - já previsível. O pequeno centro de atendimento ao usuário da Ecosul, 18km após o primeiro pedágio saindo de Pelotas, se mostrou muito bom. Com banheiros limpos, papel higiênico, água e café. Não apenas nós paramos por lá, mas um caminhoneiro também. Aproveitou do toalete e do cafézinho, assim como nós.

A viagem de volta foi tão agradável como a ida, apesar da estrada não ter iluminação até a entrada de Porto Alegre e pegarmos a 116. Acabamos parando mais algumas vezes para o banheiro e chegamos por volta das 20:30h em casa, com vontade de voltar no ano que vem!

Se tiver oportunidade de visitar a Fenadoce, vá! Vá e prove os doces mais diferentes e inesperados, permita-se viver essa experiência com boas companhias e sabores deliciosos!

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