Resenha: Sempre Teremos o Verão, de Jenny Han

 "Os garotos da família Fisher sempre estiveram ao lado de Belly em suas aventuras. Conrad é ousado, sombrio, inteligente. Já Jeremiah é confiável, engraçado, espontâneo. Mesmo sendo tão diferentes, os três constroem uma amizade que parece inabalável. Apenas parece...

No último e emocionante livro da trilogia, Belly vai precisar tomar a decisão mais importante de sua vida e encarar algo que, no fundo, sempre soube que aconteceria: ela vai partir o coração de um deles."

O domingo amanheceu nublado e chuvoso. Não queria acordar ainda, não queria encarar o mundo; ainda parecia cansada. Então, mergulhei bem fundo no último livro do triângulo amoroso clichê de Jenny Han. Em menos de duas horas, terminei a leitura e o choro. Sim, eu chorei mais uma vez, e dessa vez nem foi por alguma doença terminal.

Agora, aqui estou eu, no sofá improvisado de pallet em frente à janela do jardim, com o meu notebook cheio de adesivos. Eu, meu chimarrão amargo, bananas com canela, uma rosquinha de polvinho e medialunas, para compartilhar com vocês sobre este dia fatídico em que chorei com um triângulo amoroso.

Bem, é preciso pontuar que, de fato, não houve amadurecimento da parte da Belly. Atualmente nem sei mais se é uma questão de amadurecimento ou de personalidade - mas eu com certeza não conseguiria fazer parte dos amigos dela. É uma mulher que precisa ter tudo sob controle, e sempre que alguém não concorda com a opinião dela ou discorda de suas atitudes, ela entra em uma espécie de surto. Fala o que não deve, muitas vezes coisas que nem está pensando, apenas no calor do momento. Apenas para magoar a outra pessoa.

Depois, no capítulo seguinte, está arrependida, pedindo desculpas e fazendo o maior drama como se ela fosse a vítima. Parece acreditar que merece um óscar apenas pelo arrependimento, como se fosse a melhor e mais bondosa de todas as pessoas.

E isso na personalidade dela me irrita. Fora que, enquanto nos outros livros houve mais profundidade nas pessoas ao redor dela, este focou apenas no romance e na maldita dúvida que ela tinha entre os irmãos Fisher.

(Spoiler a seguir!) Quem é que decide, de última hora, com quem quer casar? (Fim do spoiler.

Eu não sei se coloco a culpa nos dezoito anos ou na personalidade ridícula. Além de não ter certeza dos próprios sentimentos, ainda envolveu as famílias, os amigos, e principalmente os parceiros dela nisso. Uma confusão por falta de autoconhecimento. Se a conhecesse, com certeza diria: "Terapia faz bem e faz falta!"

Bem, até o momento você pode imaginar que o que me fez chorar não foram os capítulos escritos do ponto de vista da Belly. Não, eu só queria dar uns tapas na cara dela até que ela abrisse os olhos e crescesse. O que me pegou foram os pontos de vista do Conrad.

Não é uma questão de preferir um ou outro, como a briga imbecil entre Jacob e Edward em meados de 2008 que dividiu a maioria das meninas da minha geração. Não, é uma questão de que Belly nunca amou Jeremiah como amava a Conrad. Isso tinha que acabar antes que ela consumisse mais anos da vida dele ao lado de alguém que não correspondia seu amor da mesma forma. Acho que ninguém merece isso.

Bom, se Conrad e Jeremiah fossem mulheres e Belly fosse o homem, isso teria acabado no primeiro capítulo. Porque ninguém romantiza um cara nessa mesma situação.

A partir daqui, pode haver spoilers do primeiro e segundo livro. Atenção!

De qualquer forma, o terceiro livro aborda com precisão a confusão mental de Conrad após o falecimento da mãe, as expectativas do pai sobre ele e como ele achou estar fazendo o bem quando terminou com Belly e a "entregou" à Jeremiah.

Porque foi isso o que fizeram, como um objeto: "Acho que ela seria mais feliz com você, por favor, fique com ela." ou "Acho que esse vaso combina mais com a sua sala de estar do que com a minha. Por favor, fique com ele."

E quando Conrad confessou ter feito isso à Belly, não foi com isso que ela se importou. Não foi com a permissão dele ao irmão para ficar com ela. Belly ficou brava com ele por ter sido sincero e retomado todos aqueles sentimentos que estiveram fechados num potinho enquanto ela vivia seu romance com Jeremiah. Ficou brava com ele pelos sentimentos que ela tinha.

Sinceramente, acho que ela realmente acreditou que poderia viver o resto da vida ao lado de um cara por quem ela desenvolveu afeto e certa dependência emocional. Como um tapa-furos agradável, um guarda-sol que não a deixava se queimar, mas não a protegia do calor. Uma alternativa, uma segunda opção, bem como o próprio Jeremiah pontuou.

É o que acontece com todos os triângulos, não é? Sempre um cara sai machucado, porque somente ele sentia de verdade. A garota não o correspondia, apenas achava que sim, e o enrolava quanto tempo fosse possível para distrair-se da falta do outro cara.

Bem, o terceiro livro pontua muito bem o sofrimento de Conrad e o quanto ele estava se despedaçando sempre que via o irmão com a garota que ele amava. Inclusive, ele chegou a pontuar mentalmente "minha garota", o que achei curioso e engraçado - não foi ele quem entregou-a ao irmão como um presente de despedida, antes de fazer merda?

De qualquer forma, foram os parágrafos dele, vendo-a com outro, que me fizeram chorar. Foram os parágrafos dele que me motivaram a terminar a leitura, apesar de ficar um pouco chateada com o final... Conrad merecia coisa melhor. Mas não quero dar spoilers.

Eu chorei, e não foi pouco. Estou com os olhos inchados, escrevendo a resenha e observando a chuva pela janela com uma melancolia que não tem nada a ver com a minha vida, e sim com os sentimentos do Conrad, ainda borbulhando em algum lugar no meu cérebro. Talvez, se o livro fosse inteiramente escrito no ponto de vista dele, seria um romance incrível. Isso me faz pensar que precisamos de mais romances do ponto de vista de homens. Talvez escrito por homens também?

Acho que, de alguma forma, vou sentir falta desse universo.

Se sentiu qualquer vontadezinha de ler, dê uma chance - talvez você se apegue aos irmãos Fisher como eu, ou talvez defenda o ponto de vista da Belly, como imagino que algumas pessoas o tenham feito. E se você já leu, comenta aqui em baixo, vou adorar saber a sua versão da história. ♥

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