Resenha: A Boa Filha, de Karin Slaughter
Autor: Karin Slaughter
Editora: HarperCollins
Páginas: 605
Sinopse: Quando eram adolescentes, a vida tranquila de Charlotte e Samantha Quinn foi destruída por um terrível ataque em sua casa. Sua mãe foi assassinada. Seu pai – um famoso advogado de defesa de Pikeville, Geórgia – ficou arrasado. E a família foi dividida por anos, para além de qualquer conserto, consumida pelos segredos daquela noite terrível.
Vinte e oito anos depois, Charlie seguiu os passos de Rusty, seu pai, e se tornou advogada – mas está determinada a ser diferente dele. Quando outro caso de violência assombra Pikeville, Charlie acaba embarcando em um pesadelo que a obriga a olhar para trás e reviver o passado. Além de ser a primeira testemunha a chegar na cena, o caso também revela as memórias que ela passou tanto tempo tentando esconder.
Agora, a verdade chocante sobre o crime que destruiu sua família há quase trinta anos não poderá mais permanecer enterrada e Charlotte precisa se reencontrar com Samantha, não apenas para lidar com o crime, mas também com o trauma vivido.
A boa filha é mais uma obra-prima de Karin Slaughter, um enredo sólido, com caracterizações fortes e reviravoltas extraordinárias, um misto de drama e terror que faz arrepiar até os leitores mais corajosos.
Resenha
Não foi diferente com A Boa Filha. Uma narrativa mais densa e muito, mas muito mais angustiante que os outros dois (aqui, me refiro a Flores Partidas e A Esposa Silenciosa), é mais uma das histórias que provam que Karin não tem medo de escrever. Ela traz o abuso sexual, mais uma vez, como tema principal da narrativa, mas dessa vez não apenas isso, e sim o abuso sexual infantil.
Em um mundo onde cancelamentos são tão comuns quanto frequentes, escrever um "suspense raiz" é motivo de ser elogiada. Eu não entendo como as bookredes não falam sobre ela como falam de outras autoras de thrillers (como Freida McFadden e até mesmo Colleen Hoover, que se mostrou uma escritora de suspense tão boa quanto de romances dramáticos). De qualquer forma: obrigada, Karin, por não deixar o suspense morrer.
Com uma escrita que faz a leitura fluir, Karin nos conduz pela história com maestria, nos apresentando personagens humanos, com seus erros, seus propósitos e seus arrependimentos, enquanto nos mostra que fazer a vingança com as próprias mãos nem sempre (quase nunca) é o caminho ideal.
O desenvolvimento que ela consegue criar entre as duas irmãs é muito envolvente e convincente. Elas são diferentes, mas iguais, e a diferença em suas personalidades é tão evidente que é difícil de acreditar que a Karin não tenha um pedaço de cada uma dentro dela. Aliás, todos os personagens de Karin que eu conheci foram super convincentes. Eu gosto de como ela os faz ter defeitos e qualidades, erros e acertos.
Acho importante reforçar que eu achei essa uma leitura bastante chocante e pesada, e que não indicaria para qualquer pessoa sensível a esses temas. Não sei se qualquer uma das histórias da Karin seria indicada porque, aparentemente, essa é a vibe dela. Crueldade e caras se ferrando. É bom, mas precisa ter um certo estômago.
E eu continuo apaixonada pelas histórias que ela cria.

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